domingo, 16 de dezembro de 2007

Sorrateiro sábio

Apostas baratas em um sentido que pouco sabe o miliante deitado na rua as 11hrs da manha, sabado. Vivendo sorrateiramente entre as entranhas da rua. Não sei o que pensa, deve achar que a vida é uma doença sexualmente transmissivel. Mero detalhe porem vivido não por mim. Descrever, talvez possivelmente dificil. Cabelos pouco branco, olhos negros, muito negros, olhar penetrante, opaco. Maltrapilhamente vestido, capenga pelos caminhos desconhecidos da vida. Conversando consigo mesmo. Sozinho. Solitário. Familia talvez tenha, na verdade só estou eu sentano em um banco da praça do Méier observando um homem, que poderia ser chamado de vcs como mendingo. Eu não, como qualquer um. É um de nós, um ser humano. Não olho pra ele com desprezo, pelo contrario, olho com orgulho. É a unica coisa que ele tem, os olhares. Tento meio que talvez ser possivel me colocar no lugar dele. Todos os dias acorda com os barulhos inirritante dos carros, com a luz do sol a entrar em seus olhos. Ser obrigado a passar sem rumo algum pelas ruas da vida, criando mesmo que inutilmente sua casa ambulante. Discriminado porem, por suas roupas sujas, não consegue um emprego, uma vida. Obrigado a servi aos caminhos sujos do inferno das ruas. Sem familia, sem rumo, sem vida. Olhos concentrados no chão que ele já canso de olhar. Bocas fechadas. Olhar opaco em direção ao chão, sem piscar. Corpo encolido de forma a da pena. Frio em seu corpo, por dentro e por fora. Mãos geladas de falta de carinho. Cabelos embaraçados pela falta de uma mão quente e carinhosa a amaciar. Possivel tentativa de sair uma lágrima, mas seu orgulho é maior. Se levanta e sai andando. Curioso eu o sigo, de um modo aparentemente estranho mais o sigo. Estou com fome, não havia comido nada desde intão, mas não mais que ele. O sigo até a frente de uma lanchonete de esquina. Dei um sorriso amarelo, pensando que ele iria comer alguma coisa. Que nada. Desajeitadamente ele se senta na frente da lanchonete, puxa uma caneca suja e a coloca em sua frente e diz, "Ajude, por favor", só isso. Talvez não tenha dito mais nada pq já estava sem esperanças que aquilo desse certo, mas tento mesmo assim. Sorriso amarelo que no meu rosto fitava se torno em um olhar de pena talvez. Coisa que eu não estou acostumado a sentir. Na verdade, senti mais que uma vontade de ajudar. Involuntariamente coloquei as mãos eu meu bolso e puxei minha carteira na esperança de encontra pelo menos 1 real para dar pra ele. Hã...É eu não tinha. Sem nada mais, nada menos, me senti mais inutil que antes em estar ali. Me vi obrigado a me retirar. Coloquei as mãos no bolso e sair andando, cabeça baixa, sem nenhuma palavra, só pensamentos e conclusões de adolescente. Olhei para trás, e estava ele lá, estático...

"Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar num sonho que se tem. Ou que seus planos nunca vão dar certo. Ou que você nunca vai ser alguém..."