terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Terceiro e um sorriso no escuro

 Com sua música e com o silêncio progressivo que não tinha, fábulas de um amanhã SemFace fazem uma mágica simples e tênue.

Conversando com um eu de outrora, contei a ele sobre um nome e um basta. Vida. Ar. Som. Contei a ele sobre palavras simples, ensinamentos budistas e sorrisos. Sobre como se ocultar em linhas e sentimentos, escondem óbvios que fazem do ser um mero estar. Sem ato. Sem essência. Como as falas surgem dos lábios com facilidade e como se faz pra tocar com leveza a realidade e o sonho.
 
Começei a falar sobre amor. Ele riu, me chamou de tolo e ficou resmungando sobre cores e estações e então lembrou de medos e perguntas que ainda não foram respondidas, de demônios e das mãos que surgiam do solo. De súbito ficou em silêncio, olhou pro céu e acendeu um Gudan. Deu um trago longo, soltou a fumaça e me olhou de lado. Perguntou se era por isso que as estrelas não estavam mais vermelhas. Respondi com a cabeça que sim. Então ele sorriu, pegou o Gudan e enterrou-o virado para cima nas cinzas, acesso. Ficou fitando-o e depois de um tempo me perguntou: "Então essa é a sensação, hum?". Sorri com o rosto todo e deitei nas cinzas. Ele levantou calmamente, colocou as mãos nos bolsos, virou de costas para mim e disse: "Adeus, Quarto.".
Então fechei meus olhos e o toque se iniciou.

Sei que eles estão lá...
Se lembrando...
Lembrando de uma incógnita.
Lembrando de ser