sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Metáforas de uma harmonia

O orvalho escorre pela parede, assim como a umidade do ar trás a chuva no final da tarde. Enquanto as paisagens do tempo se tocam pelo sempre e enfim. Lá. Aonde a Lua se esconde nas estrelas.

O vento sopra, me fazendo fechar os olhos e achar que ele precede um alívio, uma paz que não tem descrição. Me fazendo lembrar do mar e de outroras brisas que já se foram serenas e abrangentes. Por enquanto ainda não há nuvens, não chove de repente por entre o vão de um dia ensolarado, não há o cheiro de terra macia e molhada que alivia o peito e as deveras ventanias que trazem a sensação intensa de pressa.

Em meio ao silêncio disfarçado de harmonia, me perco no calor em forma de nostalgia e nas alegorias e metáforas de um sonho escuro. Enquanto verdades são estabelecidas, o caminhar permanece seguro e indolor. Como na beira daquele mar, aonde os pés gelados afundam aconchegantes na areia quente, cada olhar de meus olhos parecem feitos de noite e o som dos passos acalmam os ouvidos e as ondas do mar, fazendo-as ressoar leves e doces. Repletas.

No êxtase que permeia os seus tantos silêncios, me enganarei e sorrirei consciente. Farei dos segundos, horas absolutas de harmonia, das imaginações e espectativas belos ramos de flores e das palavras decorrentes de discórdia, um túmulo fiel as suas bordas, com uma frase bonita e silenciosas lágrimas previsíveis. Finalmente de suas certezas e sonhos, criarei uma realidade cheia de adjetivos complexos, aonde há um final se você quiser e um começo suave e puro sem fim.