sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ensaio de um eu.

O tempo se foi, e vai indo,
Sem se importar com o que vem pela frente.
É como se fosse o vento, apenas indo...indo.
Não há suavidade.
Não há pontos de reflexão.
Há apenas o ato de ir para frente...
Como se não houvesse amanha.

Me sinto só.
E cada vez mais,
Percebo que pensar é um ato apenas dos Deuses.
Vejo que sou apenas desejo,
Ilusão,
Sonho.
Um sonho mal feito por aquelas que um dia me amaram.
Sou algo que chamo de eu.
Tambem feito por mim em minha perfeição.
Vivendo em um mundo cheio de orgãos e respirações.
Vivendo na carne, no osso, no chão.
No orgulho que fica acima dos conceitos de amizade.
Das palavras mal feitas expressando um sentimento.
Sou palavras...
Sou uma fila enorme de eu's.
Um conjunto abrupto de emoções e silêncios.

Tentar já é uma tentativa.
Assim como pensar em acordar de um sonho...
Você já acordou.
Eu já acordei.
Na busca pelo real,
Escondo as palavras, por paz.
Apenas por.

"A vida é simples... é tomar decisões e não se arrepender."

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Entre o dormir e o acordar

A garganta se fecha aos poucos, as vezes sem perceber. Ela se sente trancada. Palavras não servem mais, elas não servem. Mas ele não se importa, acredita que dentro dos sonhos o que ele quiser pode se tornar real, mas precisa de um amor pra formar a quimica, a fisica, o sentido. Formado por crenças e por atitudes que foram psicofaturadas por si mesmo, ele segue seu rumo transformando os momentos de dor em pétalas de uma linda flor vermelha e faz delas o jardim de seu sonho. Ele pensa nos detalhes, nos meros detalhes que lhe montaram um dia, sentado em meio as pétalas, os pés cruzados, mãos dadas, olhos fechados. Lembra dos amores que criaram seu chão e da eterna queda da solidão, dos pensamentos rápidos e sólidos que surgem em quanto estava caindo e lá ele percebeu que não havia criado o fundo, percebeu que não queria criar o fundo do abismo. Viu que na queda ele sentia o vento bater no seu rosto, o sangue bombear rapido, a total falta de controle sobre o seu corpo, alma e mente, não consegue manter os olhos abertos, pois não há fundo, não há porque enxergar. Então ele cai em eterna constância, é só aquilo, mas nada, só. Cair lhe causa vicio e ele abre seus olhos. Aperta de leve os dedos dos pés até sentir a terra. Sente o cheiro suave das flores, o barulho acalmante do vento batendo nas pétalas, fazendo seu cabelo sair de seu rosto, indo pra trás. Com os olhos entre abertos e embaçados ele vê o sol se pondo e o céu com tons avermelhados e alaranjados,e se espalhando ao longe o vasto campo de rosas vermelhas. Ao piscar os olhos, apenas percebe se aproximando aquela que faz a quimica, a fisica, o sentido. Com um vestido branco, cabelo solto, passando a mão nas rosas devagar, uma por uma. Então ele levanta, sente a terra embaixo de seus pés, e de olhos fechados caminha em direção a ela...

Um pedaço apenas do Sol ainda se encontra na vigilia, fazendo os tons do céu ficarem escuros e surgindo aos poucos pequenas luzes no céu chamadas de estrelas. As pétalas vermelhas ficam vinho e o vestido branco dela cada vez mais claro. Eles se abraçam. No abraçar o vento não bate mais em seu rosto, o sangue bate devagar, suave, sente cada parte de seu corpo, alma e mente, mas seus olhos continuam fechados. Ela fica na ponta dos pés e chega devagar ao ouvido dele e levemente abre seus lábios e diz:

--Não tenha medo, meu amor. Abra seus olhos e veja o que há no fundo do abismo.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Uma falácia dentro de um mito.

Antigamente eu sabia escrever, lembro da época em que o anel preto no meu indicador fazia alguma diferença na minha vida. Lembra tambem de algo chamado saudades e de certas essencias que fazem falta. Mas eu apenas lembro, e com o fato de lembrar demonstra que este fato causa uma absoluta falta em mim. Mas o detalhe que um dia foi chamado de mero continua o mesmo, com um leve toque de ausência.

Estou em completo exílio da atração fisica, naquele momento em que as formas de olhar o mundo se tornam estranhas, junto com minha visão embaçada, o caminho continua sem eu ter muita opção de parar. Todos, sem exceções, já imaginaram como seria parar o tempo, e simplesmente descançar. Algo tipo, no meio de um lugar socialmente conturbador, completo caos, e em um simples estalar de dedo, tudo para e eu cruzo meus braços atras da cabeça e fecho meus olhos. Não, isso nunca acontece, mas somos feitos de criatividade, não nos custa imaginar.

Estou sem poesia, sem musica, sem ritmo, sem surrealidade, sem palavras complexas e subliminares. Estou apenas nu, com as unhas feitas e com um aperto singular no coração. Algo está faltando. Eu sei o que é. Se coubesse a mim acabar com isso eu já teria feito. Mas...

Então Opus envolve suas mãos com fita isolante,
Escreve embaixo dela,
Seu nome.
Depois de plasmar seu corpo ele dorme..
Sono longo, pesado...
E nesse sono ele sonha com aquele mundo,
Aquele mundo aonde as cicatrizes cercam o mar

terça-feira, 25 de maio de 2010

Flor de cinzas

São ideais que movem uma nação,
uma consciencia,
um sonho,
um homem.
De braços abraçados seguindo o que de olhos fechados sua mente comanda.
Controlados por um misto de sensações e frustrações...
Em pro de um pensamento mundial unico

Evolução provinda da desalienação
Um ideal pedindo a corações pra bater por ele
Pedindo a bocas pra falar por ele
Pedindo a mãos pra carregar uma flor
Pra lutar contra canhões

Rosas vermelhas jogadas no chão
Vistas por um pais em preto e branco
Levando ao palco em forma de rua
Lágrimas de mães...
Lembranças aos que restaram
E um novo ideal nos que virão.

No tom triste da melodia
Palavras tomam forma de arma
E a hora feita pelos que sabem
Esta no passado dos que saberão
E no futuro adormeçe a hora
Que movida por sonhos do passado
E por mãos do presente,
Um dia acordará.


"Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer..."

terça-feira, 13 de abril de 2010

Moroncial

Tentei, só que depois de um tempo eu percebi que era totalmente inutil. Não ando sozinho e nem vivo como tal, embora o fator introspectivo preso no meu indicador direito me lembre disso toda hora. Continua sendo inutil. Animal socioativo facilmente influenciado por terceiros. Nesse jogo de duvidas e palavras os homens apedrejam Jesus por dizer o que está dentro da cabeça deles. A conversa inevitavel que você tem consigo mesmo. Você tem, você sabe disso. Ela é inevitavel, mas como tudo na vida, você não pode perceber isso, porque se você perceber, esse momento simplesmente acaba. Por isso acho que pra nos enterdemos melhor, nós precisamos alem da própria visão, a visão de outro alguem. Porque assim, podemos construir uma visão teoricamente completa de quem somos. Mas eu acho as pessoas com quem convivo futeis o bastante pra interpretarem algo em relação a quem sou. Por isso escrevo, porque quando eu leio, eu posso ver o que fui capaz de escrever, me sentindo capaz de olhar em meus próprios olhos. Fazendo com que eu me entenda melhor.

Mesmo com planos que nos momentos em que são decididos fazem tanto sentido, na hora de torna-lo real ele vai se tornando vazio...vazio. Porque? Agredimos a nós mesmo quando sobrepujamos a nossa propria decisão. Fiz isso hoje, me sinto um traidor. Exagero demais né? Mas é assim que deveria ser. Motivo no qual escrevo hoje, pra mim mesmo, por nada. Esse é o pior motivo do mundo, mas pelo menos é algum, algo que tem sido dificil nos ultimos dias. Motivos. Escrever, canso de dizer que é o mero ato de blábláblá. Foda-se, você não importa e muito menos eu. Mentira, se importe. Enfim...

Sabe... Não está tão facil quanto parecia ser a algum tempo atras. Com esse tempo, vai ficando olhares, sonhos, objetivos, desejos. Eles trazem algo que dizem ser importante, dizem tambem que é algo que influencia em muitos sentimentos, decisões, pensamentos. Saudade. Algo que não se aprende na gramática. Algo totalmente singular, unico, próprio e abruptamente mutante. É a palavra que define mistos de sentimentos, sensações, lugares, momentos e lembranças. É o que resultar em desejos, objetivos, sonhos. Sentir saudades é algo que nos faz planejar coisas que sabemos que vamos sentir saudades. Porque sentir isso, é sentir. E sentir influencia no corpo e na mente, sendo que o sentimento é uma expressão da alma e é, esse mero detalhe que nos faz humano. Porque somos a comunhão entre o corpo, a mente e a alma, nos fazendo viver.

É totalmente inutil eu perceber que só depois de um tempo eu tentei.
Tentativa burlenta e auto-destrutiva
Tentar, estado moroncial entre a decisão e a conseguência
A sociedade brinca de tentar ser Deus
Só que nessa brincadeira,
Ela não percebeu que tentar ser Deus não implica em pensar em Deus,
Mas sim, pensar no que Ele criou,
O mundo.

"Pra gente ver, por entre prédios e nós, o que sobrou do céu."

Laços eternos

"Perdido em pensamentos, jazia o predestinado arauto maldito. Refletindo sobre a desgraça que pairava como uma densa nuvem naquelas terras e nos lugares mais recônditos do mundo, não imaginava o destino cruel que em breve cairia em suas mãos. A nevasca que caía sobre seu reino, naquele dia, o ajudava a aliviar a apreensão em sua alma. Fazia pouco tempo que a timida aurora surgia no céu, e estava ele caminhando nas ruas da cidade coberta pela espessa camada branca. Observava atentamente o despertar da cidade em meio ao severo frio. Pastores deslocando seus rebanhos, lavradores recolhendo os frutos de suas colheitas, senhores cuidando de seus cavalos. Calmo como o alvorecer adornado por uma infinidade de árvores frutiferas em sua roupagem morta de inverno junto ás nascentes, mananciais e lagos de água turva e congelada que rodeavam um reino de arquitetura fabulosa, talhado em pedra cinzenta. Chegando em uma das praças principais da cidade, o homem avistou ao lado de uma fonte majestosa de água interrompida, um grupo de pitoresco de músicos que chamavam a atenção de um bom número de pessoas. Aproximando-se do local, percebeu uma carruagem donde provavelmente o grupo de deslocava. Era composto por um laúde, uma harpa, e uma flauta, que era o instrumento principal das seções.

O tema tinha terminado e foi aplaudido pelos presentes, onde se iniciou um novo tema, mas profundo, singelo e belo. Nesse momento, o homem notou a bela jovem que atoava as melodias da flauta com maestria. Sua aparência era inebriante e pura como a própria chuva. Suas vestes denunciavam sua origem cigana e sua alma peregrina, o que agradou muito. O fogo em seus cabelos contrastava com o branco azulado da paisagem que combinava com sua pele indelével e seus olhos penetrantes. Nesse instante, ao olhar para a face da jovem, ele teve a sensação de cair em um abismo sem fim, uma eternidade colossalem ínfimos segundos.os minutos de passaram e a atmosfera no ar se tornou tão mágica e envolvente que o arauto tomou seu alaúde nos braços e participou da musica, concedendo-lhe profundidade. Ouve a dissonância, e com ela uma harmonia tão grande que era semelhante aos laços matrimoniais. A flauta tecia uma melodia de pureza jamais vista, e o alaúde retumbava metálico, com os arpejos de belos acordes. O tema se seguiu e terminou de forma majestosa e fria. O crepúsculo chegara e os dois eram os únicos que restaram no lugar. Eles se olharam e compreenderam o que tinham criado, não apenas uma suprema poesia, mas um profundo amor. Seguros da uníssona voz de seus olhos, consumaram o seu pacto com o profundo beijo, e ali se amaram, pois o calor de seus corpos os protegia do tempo enregelante. A partir dali, estava selado seus destinos por toda a eternidade, até os lugares imperecíveis."

(The Killing Hand - Cap IV - Laços eternos(pt.2)- Ramon)

Em nome de uma grande amizade, formada pelo tempo e pelo que somos.

terça-feira, 30 de março de 2010

Um guerreiro e o amor.

Texto feito por um grande amigo, Eduardo. Coloco aqui por carinho e admiração a ti, irmão:

Gastel estava descansando, calmo e sereno. Em sua cabeça, uma música doce e suave tocava, logo interrompida por uma vez aguda e imatura: uma voz de sede, sede de sabedoria.
“O que quer, criança?”
“Quero saber se é Gastel, o grande guerreiro.”
“Sim, sou.”
“Quero ouvir uma história.”
“Quer ouvir a história de quando achei o amor?”
“Sim” – Disse o jovem menino, sem espanto ou questionamento em seu rosto.
Ao se levantar, a máscara de Gastel reluzia contra o rosto do menino. Na sua máscara, a expressão séria e tranqüila era eternizada e em sua capa, o sangue de todos seus inimigos ainda formava uma pintura tão abstrata quanto o som de sua respiração.
“Num belíssimo dia, notei que já havia vencido o ódio, engolido a angústia, mutilado a saudade e entrevado a miséria. Porém, um sentimento continuava a me avassalar. Um sentimento que me tornava escravo da música que ecoa na minha mente, das pernas que dançam em minha memória e dos cheiros que sustentam-se nos meus lençóis.”
“Era o amor.” – Afirmou o menino, com toda a certeza. Gastel balançou a cabeça que sim. Mexendo sua capa em caricatas danças, ele continuava a contar a história.
“Então, eu viajei mais uma vez para dentro de mim. Perguntei ao meu cérebro aonde poderia achar o amor e ele me mandou seguir minhas veias. Deixei que a correnteza do meu sangue amargo como vinho me levasse até meu coração que pulsava em respostas negativas. Continuei a procurar por todos os lugares. Porém, nunca achei o amor.”
O menino prestava atenção nos detalhes, pois sabia que Gastiel era deveras subjetivo.
“Então peguei minha espada, subi numa alta montanha e escalei as nuvens. Rendi todos os deuses; alguns se rendiam instantaneamente, outros ainda lutavam por pouco mais de dois dias, em vão. Perguntei a cada um deles aonde poderia achar o amor. Disseram então que eu deveria escalar estrela por estrela, cosmos e mais cosmos, galáxias e universos.”
O menino começava a se mostrar mais interessado, cada vez mais a fascinação enchia seus olhos. Gastel agora estava totalmente ereto, com sua pose única e sua voz cósmica de todos os tons.
“Eu, Gastel, o grande guerreiro, jamais desistiria diante da dificuldade, já que o medo foi uma de minhas primeiras vítimas. Em pouco menos de trezentos e vinte anos, escalando mais um dos universos, achei um lugar tão vazio, onde nenhuma luz entrava e onde nenhum som se propagava. Gritei pelo amor, mas não conseguia escutar minha própria voz. Gritei tão alto e ainda assim, nada conseguia escutar. Até que eu escutei uma voz que simplesmente não posso descrever. Ela muito calma, me perguntava o que eu queria. Eu, surdamente respondi que estava ali para matá-lo, assim supondo que aquilo que ali estava, no meio da escuridão, fosse meu atual objetivo.”
Logo, sinto todos os ossos de meu corpo quebrarem, esfarelarem. A dor, mesmo que morta anos antes por minha espada, ali aparecia novamente, tão infinita quanto não se pode imaginar.”
O garoto parecia angustiado, mas sinistramente interessado.
“Então eu tremi, tremi de pavor, pavor falecido, pavor que estava vivo agora, dentro de mim. E eu chorei, chorei de saudades de pessoas que haviam morrido há muitos séculos. E não conseguia entender, apesar da dúvida estar tão morta quanto a própria morte. Foi então que eu entendi que o amor era um inimigo que eu jamais poderia vencer. Em meio ao meu pranto e dor, eu me permiti cair, cair no meio de todos os pontos brilhantes e bolas flamejantes siderais e voltei até minha humilde casa. Voltei até onde estamos agora. E posso lhe afirmar que nunca jamais voltarei até o amor, pois o amor é o revés de tudo que nós vivemos. O amor é algo que nunca podemos matar, destruir... Simplesmente porque se um dia você tentar, significa que você já foi morto por ele.”
O garoto se levantou, sua voz parecia mais satisfeita com um sonoro obrigado. Gastel se embrulhou em sua capa vermelha e sentou-se no chão, calmo e sereno.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Aqui jaz um coração

É lindo como a voz de Elis Regina...
Como a sensação de ar fresco vindo do som da musica popular brasileira. A perpetuação de uma interpretação por tras de palavras ritmadas, expremindo emoção, fazendo musica... Como a musica, pela musica. Trilha sonora seletiva das vidas. A caminho de uma instrospectividade, em que os pensamentos entram em comunhão com as falas, tudo fluindo com os olhos fechados, em meu universo pessoal. Musica no fundo, pisadas junto com risadas e comentários abruptos, ecoando um estranho som dentro da minha cabeça, dividindo minha atenção com as palavras de um livro. Uma pausa. Inspiração é algo muito caro. Passou algumas horas, e percebo alguns pingos se precipitando no céu, tocando meu braço, frio como o vento que o carregou, trazendo consigo pensamentos. Em meus ouvidos algo parecido com uma musica, soando de uma forma muito baixa, com um ritmo simples, algo parecido com o som de um sino de uma igreja, bem longe daqui... Um carro passa, abro meus olhos abruptamente, vejo-o passar, exageradamente rapido, deixando pra tras um silêncio ensurdecedor. Fecho meus olhos. O barulho do silencio em parelelo com o som dos meus neurônios processando informações e pensamentos pra dentro de minha cabeça. Sinto a mesma esquentar, e um arrepio iminente subindo pelos pés... Percebo alguns coliformes de cores surgindo na escuridão dos meus olhos fechados. Imaginação, formando formas rapidas, sem sentido, como meus pensamentos. Abrir os olhos. Criar a realidade. Viver...

O instinto pede silêncio
Tranco meu Dragão azul
Os pensamentos começam a passar...
Surrealizando palavras
Ionizando a lógica
Precipitando simplesmente nada...
Roupa orgânica criada pela mente
Sacudindo transmissões eletrônicas,
Passando pela minha alma...
Energizando meu corpo
Ativando minha imaginação
Fechando meus olhos.

"Eu pensei te dizer tantas coisas. Mas pra que, se eu tenho a música."

segunda-feira, 8 de março de 2010

Desenho mal feito

Entre linhas e a lembrança de um desenho "bonito". Ficou meio distocido com o tempo, o fato de que a beleza que vem aos meus olhos é totalmente essencial na minha vida. Em poucas paralelas, os detalhes que informam aos olhos algo que lhe agrada é totalmente opcional, ou momentâneo. Estou cego. Pelo menos parte de meus olhos estão. Talvez seja uma cegueira seletiva, mas acho que ainda tenho que formular isso. Escola, obrigações, escolhas, pensamentos, "amizades" me fazem perceber o quanto é iminente uma explosão. Quando isso acontecer, não vai ter cegueira seletiva que cegue meus olhos. Viver me faz notar a iminência da morte. Ao contrário tambem serve, mas é algo incerto, pois não estou morto pra saber disso, ou estou?
Fico me perguntando como desenhei tão rapido, com que inspiração eu fiz aquilo? Será que o motivo está no vicio duvidoso pós morte? Quantos "caralhos" seguidos de "porras" serão ditos até perguntas serem respondidas. Me canso de me cansar por nada, de pensar em pensamentos com outros nomes e interpretações diferentes, fúteis, mas com um grau de importância estranhamente influênciavel. Ser uma "esponja" não está me trazendo vantagens. Esse mundo é lotado de energias relativas que entram em caos quando são opostas, e quando se chocam . Talvez seja esse caos que está em iminencia dentro de mim. Um dito "mal" e o outro "bem", são energias, e elas adoram se chocar. Pensar demais mata homens...

Ensinando Deus a pescar, sigo eu. Nessa jornada sem lógica alguma, definidas por palavras com o mesmo adjetivo. Matando homens, por pensarem que pensar é demais.

O que importa?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Entre o nascer e o pôr do sol

"As sombras da noite
Invadem a tarde
E uma aragem fria
Alcança o teu corpo
Causando arrepios
Em sua alma exausta.
Escondida, adormecida
Envolta nos desencantos
E desenganos que o
Esquecimento, distraído,
Não te lembrou de esquecer
E mesmo dormindo
Choraste, um choro suave,
Um choro silente
Um choro sentido
Um choro de aceitação...
E então as sombras da noite
Num gesto envolvente
Sem pedir licença
A tua volta se aconchega
Suas sombras cada vez mais densas
Aqueceram tua alma
Como a muito não sentias
Você tornou-se leve etérea
De amarras te desprendias
Deixando as lembranças da vida
Aquelas que a faziam chorar
E as sombras da noite encerraram
Não apenas teu dia, mas tua sorte
E em seu abraço de acalanto
Enquanto dormias, entregou-te à morte.
Agora repousas em paz,
A ausência consentida.
A certeza do esquecimento.
Tudo passou, foi só um momento
Entre o nascer e o por do sol."

Edith Pereira Barbosa
01/02/2008
Rondonópolis / MT

Homenagem a ti.

Um curioso e uma linha da vida

Porque agente insiste tanto em existir?
Vivendo e existindo sempre atras de teorias de fundamento pessoal. Exterminando o ato de pensar se afundando em religiões e interesses comuns. Humanos, feito eu. Se pisando em vicios e coisas que nos atraem de uma forma absurda. De fato a explicação talvez seja pouco convencente, tudo depende da forma que você vê, ou melhor, do que você não vê. Um vicio pode ser tamanho ao ato de continuar depois da morte e por total influencia do mesmo, humanos vivos em lugares em que essa energia se encontra, acabam se entregando a isso, ás vezes por minutos, horas e muitas vezes por uma vida... Mas acho que isso é algo que não me toca. Curioso porém, me jogo ao ato de experimentar por pura curiosidade, como dito. Mas isso é um detalhe, um fato, um passado. Irrelevante ao ato de ser apagado em lugar com cabeças fúteis e uma igreja no centro. Porém, certas palavras e certos olhares, não no plural, no singular... Nos fazem tocar certas coisas que estão dentro de nós, e isso me faz pensar. O que não é um vicio? O que nos da prazer? O que não nos faz mal? Muitas coisas que nos dão prazer viciam e a maioria delas faz mal. Então como viver? Somos feitos para ter prazer em sentir prazer, mas somos tolos em não ter, em muitos casos, limite para parar... Mas é ai que entra a palavra e o olhar, isso me faz escrever e quando penso antes de escrever, vem lá dentro algo parecido com um agradecimento. De fato, é a real verdade, somente expressada da forma errada. Eu lhe agradeço. Pois uma palavra e um olhar podem se tornar uma lição e essa pode se tornar algo totalmente marcante na vida de uma pessoa, no caso a minha. Agora uma pergunta idiota antes de um possivel final: Se o ato de amar ultrapassa os limites da vida. O amor pode ser um vicio?