quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A bolha e o Leão

Agora que ela de fato se foi, a desculpa pra não por os pés no chão se tornou vaga.

Ah! Mas se você soubesse do samba que fiz e de quantos sambam comigo. Ah! Se soubesse. Provavelmente iria sentar e me ver cantar, e como em uma canção de ninar, uma hora você ia cair no sono e iria dormir de lado com uma mão entre as pernas e a outra apoiando cabeça no travesseiro.

Transformando o frenético em poesia, os distúrbios e conclusões instantâneas tomam a sonoridade do presente e fazem os olhos ficarem parcialmente abertos e a alma cheia de caos. A mente tenta acompanhar o ritmo da musica e as palavras correm soltas, como se elas estivessem na veia, pulsando junto com o coração. 

O leão ruje! Sua juba imponente brilha enquanto na noite crescente o leão corre pela savana cheia de espinhos. Ele se engana, acha que está indo atrás de uma caça, mas na verdade está correndo pro mais longe que pode, atrás de um outro lugar para ficar, enquanto o Sol não lhe castiga os olhos.


Enquanto a luta entre os orgulhos beira a imaturidade. Com os acordes que meu ouvido consegue ouvir e as palavras tão doces e amargar soltas no ar, faço uma sinfonia perdida. Esquecida pelo ouvido de todos e deixadas para trás pelos novos amores vindos do caos.


Quando isso cai, você olha por cima do seu ombro e assopra a poeira que resta. Como se aquela estrutura por dentro não existisse, como se fosse feita de ar. Como se esse ar lhe assombrasse o seio e lhe franzisse o cenho, transformando você em uma bolha de vácuo, muda, seca e vazia.