terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sonata de verão

Devagar, e como se precisasse respirar para sentir dentro do peito. O céu está escuro, mas embaixo esta iluminado por sorrisos e pela grama que reflete a luz em nós.

Você deveria saber que não se pode ter certeza demais. Que no fundo, lá naquele poço em que guardamos tanta água, se jaz a vontade latente do querer mais. Você deveria saber tanta coisa.

Em reticências vazias, conto histórias que se perdem por inteiras em seu próprio ato de existir e estar. Ás vezes só na tentativa de reproduzir aquela sensação boa, que perdura no silêncio e ecoa no espaço e tempo da poesia. Mas sempre soam falsas e deletérias, como insetos que aparecem no começo do verão, sem timidez, sem conteúdo.

Em silêncio, enquanto junto os pingos de chuva que cai, percebo as cores se formando ao ver a água da chuva molhar os papéis de seda colorido, espalhando por entre arco-iris e borrões, contos e poesias que ainda úmidos exalam tantos perfumes, cheiros que só com os olhos fechados se sente.

O passeio acabou, o sol se pôs e as estrelas não estão brilhando no céu.
Você não vai me levar em casa?

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Fantástico ser de ilusões

"Distante esta minha identidade.
No imaginário, encontro com o meu semelhante:
Forte, futurista, consciente do que tem em mãos...

Imagine: Viagem no desconhecido que será tudo mais lúcido,
caminhar com o eterno, se propagar no eter dos meus sonhos;
Fantástico ser de ilusões, só ele e capaz de ser...

Proclamar o ser, através de imagens."

(Waldir Oliveira Britto Junior. Te amo pai.)

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A bolha e o Leão

Agora que ela de fato se foi, a desculpa pra não por os pés no chão se tornou vaga.

Ah! Mas se você soubesse do samba que fiz e de quantos sambam comigo. Ah! Se soubesse. Provavelmente iria sentar e me ver cantar, e como em uma canção de ninar, uma hora você ia cair no sono e iria dormir de lado com uma mão entre as pernas e a outra apoiando cabeça no travesseiro.

Transformando o frenético em poesia, os distúrbios e conclusões instantâneas tomam a sonoridade do presente e fazem os olhos ficarem parcialmente abertos e a alma cheia de caos. A mente tenta acompanhar o ritmo da musica e as palavras correm soltas, como se elas estivessem na veia, pulsando junto com o coração. 

O leão ruje! Sua juba imponente brilha enquanto na noite crescente o leão corre pela savana cheia de espinhos. Ele se engana, acha que está indo atrás de uma caça, mas na verdade está correndo pro mais longe que pode, atrás de um outro lugar para ficar, enquanto o Sol não lhe castiga os olhos.


Enquanto a luta entre os orgulhos beira a imaturidade. Com os acordes que meu ouvido consegue ouvir e as palavras tão doces e amargar soltas no ar, faço uma sinfonia perdida. Esquecida pelo ouvido de todos e deixadas para trás pelos novos amores vindos do caos.


Quando isso cai, você olha por cima do seu ombro e assopra a poeira que resta. Como se aquela estrutura por dentro não existisse, como se fosse feita de ar. Como se esse ar lhe assombrasse o seio e lhe franzisse o cenho, transformando você em uma bolha de vácuo, muda, seca e vazia.


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Olhos de Sol

Tranformou em uma entidade, algo geral e ao mesmo tempo particular.

Sua jornada lhe mostrou porquês e sentimentos diversos, dispertando confusões, pensamentos, teorias. Criando evolução. Em seus mundos, ele tentou descobrir segredos e componentes que fazem o universo. Procurou nos olhos e nos espaços de ar no solo, o sentimento. Se perguntava sempre sobre sua curiosidade e no quanto sua busca era infinita. Seus olhos as vezes permaneciam parados, olhando em uma unica direção, juntando a voz de seu corpo, de sua alma.

Em seu espirito repleto de uma paz caótica, permanecia a lembrança de olhos, olhos femininos, claros e simples, mesmo quando em cor escura. Tantos, tantos olhos diferentes em sua alma que sua parcela de imperfeição tocava sua mente, buscando por uma definição em sua perfeição.

Seus olhos fecham e ele lembra das grandes estrelas e do calor de cada uma. A sensação de materialização do espirito e da transformação do tempo. Seguindo as pulsações da alma e recriando na mente as sensações que um dia lhe fizeram humano. Esses Sóis, tão arrepiantes e sem definição, capazes de criar mutações no espirito e aquecer a alma. Como os olhos, aqueles olhos.