terça-feira, 2 de outubro de 2012

Pedaços de Lua

A voz ecoa silenciosa na mente junto com os arrepios no corpo, dos lábios um suspiro, escondidos nos braços daquele banho no escuro.

E quando a madrugada cai, as palavras se recolhem, inteiras em si. Transformando os pensamentos em um viver, com sabor de sorriso. Naquela hora se descobre que pode viajar, fechar os olhos e dizer pra si que naquele sonho em forma de desejo não haverá muros. Destrui algum deles sorrindo, outros, saltando na rua.

Seguindo o ritmo do lembrar que, com olhos fechados, acelera por dentro, escrevo com os dedos leves e com a mente em uma cabana pequena. Com a cabeça encostada na sua, percebi que os arrepios esquentam o corpo nos momentos em que o respirar se esquece de mostrar presença. Por ali, o céu junto com a Lua brincavam de fazer nuvens pequenas e juntas, tímidas sem querer. E ao som de uma música lenta percebi que por alguns segundos meus olhos passeiam sozinhos pelos seus, lembrando a mente, corpo e alma que não há frio. Nunca houve. Em um escuro desconhecido que passou veloz por aquela janela suja, se quardam uma inspiração e um veneno bom, que depois de aquecer por dentro esboçam em meus lábios lisos um sorriso suave e leve e no nariz uma doce fragância quente. Embaixo dos cipós e folhas que ofuscam a Lua, em meu peito se encosta o olhar que quarda saudades e desejos desconhecidos em nós.

Na poesia que se transforma em sonho. Havia, acima das nuvens, uma cama flutuando com a Lua e uma cabana de edredom recheada de sorrisos abafados, de um abraço apertado e de uma sensação que transforma o coração em uma fábrica de fazer mundos.