terça-feira, 4 de março de 2008

Pétalas de dor

Manhã de um sonho mal inventado. Ditando formas frias perambulantes pelas ruas de um dia calado. Marcas frias e arrepiantes de uma neblina suja ao mesmo tempo aconchegante, trazendo tristeza de outras culturas instaveis. Procurando corações partidos. Levando almas. Um sinal de uma igreja no topo da rua. Zuniava o seu som matinal por objetivos inóspitos. Fazendo pequenos bandos de pássaros sairem voando procurando lugares aonde descançar em paz. Passando devagar sua mão no cabelo, diminuindo seu olho pra não deixar entrar poeiras jogadas pelo vento. Sugando a morte via um cigarro. Trajando um rumo normal de um homem anormal, com idéias unicas e preguiça de falar. Trajando um casaco de couro rasgado negro, com uma calça jeans tambem rasgada e um sapato que resaltava em uma rua calada um barulho irritante fazendo almas voltarem a seus corpos. Pensando no que lhe via os olhos, buscando organizar uma tentativa de mente e uma saudade. Não importa muito. Movendo seus pés, desviando de poças d'água. Avista quase que sem querer uma silueta esquelética encima de uma ponte, entregue a um rio sujo. Por passagem humana. Com um semblante não visiveis a sua distancia. Chega mais perto ao poder ter em sua visão o rosto do esquelético ser encima da ponte. Com seus braços e sua postura entregues a gravidade, sem força de vida. Olhos tristes jogados ao chão, ou melhor, jogados a uma pouca corrente trancada pelo lixo humano. Envolto pela neblina, em pé segurado pelo fio do céu, esperando um milagre interno. Espantado o homem, procura talvez intender o que estava ocorrendo ali. Olhando sem objetivo para o rio sujo olhando no reflexo de uma agua negra a figura assombrante encima da ponte, fitando um destino de morte entregue a uma vida terminada por humanos buscando limpezas e objetivos proprios. Chegando mais perto para inutilmente salvar o homem de um destino aparentemente ruim, mas previsivel. Percebeu um zumbido estranho vindo da silueta esquelética. Olhou mais de perto e viu um corpo transparente com fiapos com tons fracos de uma cor escura passando pra cada lado, por dentro. Fazendo um barulho pequeno, pouco escutável. Olhou para seu rosto e viu um espelho aonde pode ver sua propria imagem. A silueta esquelética e transparente circundada pela neblina, largando uma tristeza entregue a um abismo criado por nós, no espelho de nossas almas. Fintando a cada momento nos jogar nos nossos próprios lixos. Causando a destruição de um mundo lindo. Que está em neblina e sujo, envolta de nós a cada momento. Nos auto destruindo, sem querer...