quarta-feira, 6 de abril de 2016

Um gigante e uma poesia viva

Os tons são quentes, desse toque a percepção é suave e forte. Mesmo quente, sua intensidade não queima e seu ritmo não acelera demais. Sua medida transborda objetiva e seu toque só aquece por dentro.

Já escrevi sobre você, tantas vezes, de todas elas você nunca foi real. De todas as tantas, você sempre estava distante, de repente se ia e se esvaia por entre os devaneios de minha mente. Me transbordava sorrisos de imaginação e distante você aparecia em meus sonhos. Ao criar você eu me criei, a forma de poesia que não defino em palavras. Sem minha permissão cresceu ainda mais linda e em toda a sua liberdade, sua beleza define sua essência.

Musica, poesia, palavras, paisagens, papéis de parede coloridos, luzes no fundo da montanha, você já nasceu e dormiu com o sol, quando foi noite me acalentava o sono e sem ser dia me iluminava em silêncio, por entre tortos e tontos passos, em todas as formas que te definem como sonho eu namorei você. Então súbita você me toca, e em tons quentes você se faz real. Plena e ressonante não mais te formo, inteira e fluida apenas sinto, percebo e contemplo seu ser.

No real, sendo poeta, como nunca, vivo minha poesia. Sendo grande, encolho minha escrita a um viver que não se define, que se dilui e se reconstrói. Enorme e em tons quentes, sou um gigante que não pisa forte e estremece o chão, mas que com a força levanta aqueles que precisam sorrir e com olhar acima do horizonte enxerga um futuro iluminado pela Lua.