domingo, 13 de janeiro de 2013

Sussurros de um chapéu de palha

O murmurinho silencioso agita o ar, fazendo chegar ao meu nariz o cheiro doce da madeira no tablado. Enquanto isso o céu continua apagado e o tempo passa lento, deixando Sóis no mar.

A falácia após o grito é breve, curta e grossa como as histórias daquelas manhãs dormentes. Dentro dessas, jazem lições que deveriam ser aprendidas em silêncio e só, como uma meditação, mas de súbido nossa boca enche de água e se para de ouvir a voz que sussurra por dentro. Cuidado! Não tenha pressa, isso no seu corpo é um arrepio e a sensação na sua barriga é o maior desespero do mundo. Porque esses olhos de raiva? Em suma, a loucura continua no mesmo lugar e as nobres poesias de outrora deveras continuam a dançar, com o chapéu na cabeça um pouco inclinado para frente, escondendo os olhos daqueles tantos olhares cheios de som, dando a eles apenas o meu melhor sorriso, aquele com o tom seu.

Em meio aos devaneios hipócritas do ego, os pensamentos feitos pelas manhãs e nuvens vão se alastrando e tomando conta de quase tudo. De todas as formas, o fluxo segue sábio, aparando pontas afiadas, cortando ervas daninhas e lustrando cada vez mais o espelho da alma.

As verdades se formam na mente e por medo de encarar a si mesmo, conscientemente se esquece delas. Assim se procede quando se transforma o passado em algo desagradável e vergonhoso. Se rejeita. Apaga da memória. Mas no final, a marca está sempre lá, nada é realmente esquecido.