quarta-feira, 3 de abril de 2013

O humano e uma praia deserta

Aonde que começa o oceano nesta enorme praia?

É quando você encontra as verdades por trás do seu ser. Por entre as frases e os verbos escritos por um olhar parado, solitário em meio as trevas silenciosas das agonias mudas chamadas de inteligências. Quando assim é, o mais intimo ser dentro de você entra em contato contigo, abrindo uma janela que os humanos não conseguem ver. Não há volta. Desde o começo, nos perpetuamos a seguir inevitavelmente em frente, por entre parábolas e metáforas em forma de pessoas, viagens, músicas, datas e jantares de família. Nesse espaço de tempo tão tangível, tantas vezes, se para o lápis e se olha para o papel buscando por dentro os mundos que coexistem tímidos na consciência e imaginação. Mundos em que talvez já tenhamos existido e experimentado.

Até que ponto a existência intima e subjetiva de cada ser humano, a alma, o intangível, o espírito, influencia na vida e vice e versa? Até aonde o que chamamos de sonho influencia na chamada realidade? Como saber o que mais influência em nós, o místico intangível dos mundos intrínsecos no espírito ou a materialidade ilusória e relativa da vida? Analogamente, quem é "soberano" em uma praia, o oceano ou a terra, se um avança e recua tanto quanto o outro?

No ato inexorável do estar humano, somos uma enorme praia. Sendo das águas do oceano e dos minerais da terra, por horas mais oceano e por outras mais terra. Em noites longas de lua cheias e manhãs de ressaca.

Quando se repara nos detalhes e peculiaridades de toda sorte, se passa a expandir a percepção e a capacidade de sentir o redor, respirando a transpirando com o mundo. Ande, caminhe indefinidamente, mas lembre-se de estar descalço, sentindo a terra molhada nos seus pés.